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Um Pedro...

Um Pedro... / Duarte Filho

Nesse meu pedaço de vida além de mediana, já passei dos sessenta e tantos, tive a oportunidade de conhecer alguns Pedros. Uns de nome, outros de aparências, comportamentos, uns de hábitos e outros ainda de pura imaginação minha.


O de hoje e que trago aqui, me foi aparente quando ainda cedinho caminhava por uma passarela, acho e me acho, ao desfilar pelas ruas de nossa tão querida por mim, Aracaju.


Estuário do rio Sergipe, ao fundo, ao longe, distante e sobre sua pequena canoa em balanços constantes, movimento das pequenas marolas produzidas pela brisa ainda mansa do amanhecer, lá estava em perfeita harmonia e equilíbrio esse meu Pedro que hoje trago.


Anônimo, solitário, silencioso, na labuta de mais um dia, esforça-se para em melhor posição seu barco colocar, e, com movimentos sincronizados, precisos e ágeis, lança mais uma vez sua tarrafa esperando assim alguns peixes poder capturar.


Conto de minha posição, pelo contraste de cores e postura de desembaraçar, retirar da tarrafa e guardar em seu bocapiu de palha, dois ou três pequenos peixes. Segue assim num ritual constante a lançar e recolher sua tarrafa e os peixes que eventualmente ela traz.


Não sabe este, por mim chamado de Pedro, apenas por lhe ver pescar, nem sei eu, ao final, apóstolos de quem seremos. Sei bem apenas que não precisamos, eu, este e qualquer um de nós outros, ficarmos a aguardar um chamado ao final.


Eis-me aqui Senhor; simples assim. Ou não! Dúvidas não poderemos ter, apenas a escolha de caminho a seguir. E aí, meu amigo, poderemos na nossa labuta diária exemplos todos trazer, no sentido de aos outros, assim como eu hoje, ao ver esse Pedro, por mim chamado, de santidade ao dedicar sua vida em prol de sua família ou do próximo indistintamente.


Salve pois, neste dia, essa profissão tão honrada e exigente de conhecimentos e técnicas. Salve todos os pescadores de nosso Sergipe.


Foto: Duarte Filho.

Duarte Filho nasceu em Ribeirópolis/SE e reside atualmente em Aracaju/SE. É autor do livro Foi Assim... Confesso! Entre Atos e Omissões - Crônicas, Editora ArtNer, 2025.

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8 comentários


Marcone Borges
04 de nov.

As palavras do autor revelam um olhar atento, generoso, reconhecedor exemplar do valor do trabalho de tantos e tantos homens e mulheres que com ele demonstram habilidades e importância significativas e pouco valorizadas.

Uma escrita digna e que desperta em nós uma postura imprescindível de generosidade e especial atenção diante da grandiosidade do que seriam acontecimentos mais simples da vida

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Jadilson
04 de nov.

Excelente texto,desse grande escritor Duarte Filho (Eduardo).👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👍🤝👊

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Convidado:
04 de nov.

Parabéns meu amigo Eduardo

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Jeancarlo
04 de nov.

Parabéns meu amigo!!! Fico muito grato em receber suas belíssimas mensagens 👏🙏🏻👍🥰

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Convidado:
04 de nov.

Muito bom Dudu, essa singeleza é marca sua.

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