Gabigol: o mascarado e o malvado

Tem muita gente no Flamengo paparicando Gabigol além da conta. Basta citar um nome: Zico, o maior ídolo do clube.

Após cerca de dois anos ganhando um dos maiores salários do Brasil e entregando quase nada no gramado, é ingenuidade acreditar que apenas um jogo seja suficiente para superar tudo.

E os problemas não ocorreram somente dentro de campo. Em diversos episódios o atacante manchou o manto “sagrado” rubro-negro com noda de caju.

Vamos pinçar alguns casos. Lembremos da ilustração infame, postada por ele próprio, sugerindo superioridade em relação à geração que conquistou a Libertadores e o Mundial em 81.

Além do escárnio geral, tratado como brincadeirinha de rede social pelos dedinhos travessos de mimadão, o próprio Zico foi alvo específico na chacota.

Teve a afronta encenada na divulgação de foto vestindo a camisa de outro clube. E o que dizer da reivindicação ou mesmo aceitação para vestir a camisa 10?

Tanto pela posição tática, quanto pela técnica refinada, não há dúvida de que a camisa já usada por Zico e por Petkovic, ao menos desde 2019, deveria ter sido entregue ao uruguaio Arrascaeta.

Bom, mas tem também o novo lado da história: a primeira partida das finais da Copa do Brasil agora em 2024, disputada no Maracanã, no primeiro domingo de novembro.

O Flamengo deu um show de bola como há muito não se via e venceu o Atlético Mineiro por 3 a 1. Chegou a fazer 3 a 0 e só teve a vantagem diminuída por uma falha trágica do excelente zagueiro Léo Ortiz.

E tem mais. No baile aplicado no Galo de Minas, Gabigol marcou dois. Não haverá como negar o papel fundamental do jogador, caso o título venha a ser conquistado.

Porém, o modo de comemoração de um dos gols preocupa. O atacante poderia ter assumido uma atitude que simbolizasse autocrítica e desejo de recuperação - nem pensar!

Gabigol fez um gesto mudo para a TV, mas, explícito no que quis dizer, algo assim: “tá vendo vocês, eu não disse que sou indispensável para o Flamengo?”.

Não é. Gabigol ainda precisa evoluir muito para provar que não se deixou transformar em um jogador mascarado, embora, para a torcida do Galo, ele tenha sido um goleador malvado.

Foto: Rede Social / Reprodução.