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A persistência do machismo: da direita à esquerda!

Fábio Júnior e John Lennon

Todo mundo viu e continua vendo que uma das bandeiras da extrema direita brasileira tem sido o resgate escancarado do machismo. Isso, por si só, alarmou muita gente.


Antes de 2016, parecia pairar uma percepção hegemônica de que violências tradicionais estavam sendo enterradas: entre as quais, o machismo!


Quando a nova extrema direita deu as caras e arrebatou milhões de votos nas urnas, percebeu-se, com espanto, que o machismo e outros modos de opressão estavam pra lá de vivos.


Uma rotulação bem rasa passou então a classificar os eleitores de direita como “machistas” e os militantes e simpatizantes da esquerda como “não machistas”.


Esses dias, acessei uma postagem que dói de tão machista e grosseira. Trata-se de um suposto humorista fazendo uma comparação entre dois artistas da música.


Para demonstrar que “Fábio Júnior é melhor do que John Lennon”, machismo e misoginia correm soltas na lista satírica de motivos, apresentada ao público.


Para não detalhar a truculência apresentada como cômica, basta dizer que nos itens do tenebroso rol a mulher é reduzida a um mero objeto de prazer sexual para homens.


A grande curiosidade, porém, é que o vídeo me chegou ao ser postado em um grupo no qual a maioria dos integrantes manifesta-se como politicamente de esquerda!


Isso não é exatamente uma novidade para quem já ouviu falar, em largos traços, das teorias de Foucault: a opressão não se dá apenas entre classes, mas, nas miudezas da vida cotidiana.


A “piada” machista circulando e fazendo graça, entre esquerdistas, talvez tenha algo a nos dizer sobre o desconcertante estrondo da extrema direita no Brasil contemporâneo.


Ilustração: Articulistas em rede, utilizado fotos colhidas nas redes sociais / reprodução.

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2 comentários


adriana.educadora70@gmail.com
24 de set.

Comentário sábio para uma boa reflexão, sou fã 👏🏾👏🏾👏🏾

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Marcone Augusto Araújo Borges
20 de set.

Um machismo que se revela assim até em momentos de descontração, uma questão cultural muito forte eu acho.

Mesmo pessoas mais sensíveis e declaradamente favoráveis à mudanças importantes como a superação do machismo, acabam mostrando em sutilezas traços de machismo nos seus comportamentos. No caso desse vídeo tudo indica que é uma manifestação mais evidente. Temos muito que avançar ainda nas nossas relações pessoais e sociais.

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