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Entranhas sergipanas e encantos de Glória

Academia Gloriense de Letras, Nossa Senhora da Glória, Sergipe
Mosaico fotográfico: vista da janela de um dos quartos do Pé de Serra Hotel (1), arte pelas paredes no calçadão, centro da cidade (2) e imagem da santa católica e padroeira, Nossa Senhora da Glória (3).

Semana passada viajei pelas entranhas sergipanas. Era terça-feira e já passava das dez horas da manhã quando o meu velho prisma deixou para trás a sombra da garagem.


Sem pressa, como gosto, atravessamos a Hermes Fontes e logo caímos na Gonçalo Rolemberg Leite, a antiga saneamento. Dali para alcançar a Tancredo Neves foi só um tanjo.


Beirava o meio-dia quando avistei um restaurante novo, acessível por duas escadas com degraus negros, construído anexo a um antigo posto de combustíveis.


Ali é Areia Branca, aquela encostada no pé da serra de Itabaiana. A comida self-service, mas sem balança. Preço fixo, R$ 25, e a quantidade ao gosto do freguês.


Apenas as porções de carne assada eram regradas pela faca do churrasqueiro. Vi muita gente encher prato pra mais de quilo. E pensar que na capital o quilo lambe os R$ 50, quando não sangra.


Dali pra frente vieram Itabaiana, o trevo da Terra Dura, Ribeirópolis, Aparecida e por fim o destino traçado, Nossa Senhora da Glória, a boca da mata, o alto sertão.


Durante um bom tempo participei do grupo Expedições Serigy, cheio de gente graúda, boas amizades: Antônio Samarone, Jorge Carvalho, Luciano Correia, Ricardo Nunes…


Foi uma época de gratificantes desbravamentos: Serra de Itabaiana por mais de um lado; a mata virgem preservada pelos Leite no Crasto e muitos outros cantos.


Depois houve um racha. Pendi pra banda dos mais soltos: João Brasileiro, Antônio Leite, Nete Benevides, Lula de Ilhéus, etc e tal. O bando foi batizado Urella Maiz.


Tempo bom, muita caminhada, sinto falta. Com os dissidentes a onda eram as cachoeiras: Macambira, Lagoa Redonda, Dangi em Nossa Senhora das Dores, mata do junco em Capela…


Mesmo em outra formatação bem diferente, a ida à Glória não deixou de ser um ensaio de retomada pelos caminhos de dentro, das riquezas e encantos sergipanos.


E que cidade é Glória! Cruzei por lá antes algumas vezes. Mas quem passa de viagem faz apenas um contorno e não experimenta mergulhar no coração da cidade.


Desembarquei no começo da tarde em um belo hotel, já na saída para Monte Alegre. O resto da tarde caminhei pelo centro, vi o povo e a pujança do comércio.


De noite, participei de um evento pra lá de agradável, promovido pela Academia Gloriense de Letras. Receptividade e hospitalidade nota 10!


Oxalá essa ida à Glória reabra o meu roteiro das incursões em terras sergipanas!


Fotos: Antonio Passos / Articulistas em rede.

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