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07 de julho de 2025: 35 anos "sem" Cazuza!

Atualizado: 6 de jul.

Cazuza
Agenor de Miranda Araújo Neto, nascido na cidade do Rio de Janeiro, em 04 de abril de 1958, o nosso Cazuza

No início deste mês de julho, o jornalista Jozailto Lima, editor do portal JL Política & Negócio, sugeriu-me escrever sobre Cazuza, o cantor e compositor que se tronou estrela pop nos anos 1980, como vocalista da banda Barão Vermelho e, depois, em carreira solo.


Cazuza faleceu em 1990, aos 32 anos de idade, vítima da doença que assombrou a juventude no final do século XX: a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). Se estivesse vivo, teria chegado, no dia 04 de abril, agora de 2025, aos 67.


Quando o chamado “boom do rock nacional dos anos 80” começou a se alastrar por todo o Brasil, eu estava chegando perto dos 20 anos e tive muita dificuldade para assimilar aquela nova onda. De início, rotulei tudo como uma frívola jogada de marketing.


Mas o fenômeno explodiu de verdade! Na TV, no rádio, nas bancas de revista e entre a maioria das garotas e garotos que tinham a mesma idade que eu. Minha adesão foi então se dando mais por força das circunstâncias do que por um encanto original.


Paralelamente, descobri que já havia aqui mesmo, na nossa cidade, uma movimentação musical em sintonia com aquele “boom do rock”. Entre as primeiras bandas locais que conheci estavam Perigo de Vida, H20, Alice, Karne Krua, Fome Africana…


Naquele meio, pendi para a atitude do punk rock, que repudiava tudo o que não fosse total rebeldia e afronta ao sistema. Assim, engatinhei no rock, já de saída por um viés crítico em relação aos nomes que começavam a fazer sucesso.


Foi um tempo de muita tensão para mim. Criado em um ninho de MPB, recebi com desconfiança a explosão do rock brazuca. Logo em seguida, pulei para outro embate: assumi o partido dos radicais, em contraposição ao rock de êxito comercial.


Certa vez, Caetano Veloso disse em uma entrevista que gostava do Barão Vermelho e eu considerei a declaração puro oportunismo. Mas, naqueles mesmos dias, ouvi o amigo e contrabaixista Mercinho dizer o mesmo e exaltar pontualmente a figura de Cazuza.


Prevaleceu o meu despeito em relação aos novos ocupantes das paradas de sucesso. Desprezei solenemente Barão Vermelho, Cazuza e muitos outros nomes. Aderi a segmentos mais rústicos ou escrachados: Língua de Trapo, Camisa de Vênus, Ira!


Veio então um período pessoal de grande distanciamento da música, de modo geral. Só mais recentemente, por conta de acontecimentos aleatórios, passei a perceber a beleza da genialidade inovadora encarnada no cancionista Cazuza.


O esplendor lírico em várias canções, entre as quais Pro dia nascer feliz. A rebeldia genérica e explosiva, exposta em Brasil. O dedo na ferida guiado por Burguesia. São destaques ilustrativos que aponto neste tardio e frágil reconhecimento.


Véio Zuza, um dos inúmeros personagens encenados pelo comediante Chico Anysio
Véio Zuza, um dos inúmeros personagens encenados pelo comediante Chico Anysio

No princípio, apenas me chamava a atenção e produzia um riso maroto no canto da boca o nome “Cazuza”. Sempre que o escutava, vinha da memória a imagem de um dos personagens do comediante Chico Anysio: o preto velho, Véio Zuza.


Cazuza também entrou para o enigmático grupo dos artistas de espantosa intensidade, que deixaram a vida cedo: Noel Rosa, Renato Russo, Cássia Eller… Cazuza foi portador do encanto, do desconcertante mistério que de repente cintila na arte!


Fotos: capturadas na internet / Divulgação.

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