Um momento progressivo de Guilherme Arantes no "Moto Perpétuo"
- Ed Ned
- 6 de nov. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 18 de nov. de 2024

Em meio ao vibrante cenário musical brasileiro dos anos 70, onde o rock progressivo começava a fincar suas raízes, emerge uma pérola um tanto esquecida, mas brilhante: o álbum “Moto Perpétuo”.
Poucos se recordam que ali estava Guilherme Arantes, antes de se tornar um nome de destaque na MPB, destilando sua inventividade e talento naquele projeto inicial.
O álbum, lançado em 1974, guarda a essência do rock progressivo brasileiro com uma mistura cuidadosa de ritmos e influências que percorrem desde o rock inglês até nuances de sonoridades tropicais.
A abertura com “Mar e Sol” prenuncia a viagem sonora que se segue: arranjos intricados, harmonia envolvente e a presença marcante dos teclados de Arantes, que já demonstrava a maestria que mais tarde o consagraria.
O repertório é uma tapeçaria de sons e lirismo. “Conto Contigo” destaca-se como um manifesto de introspecção e sutileza poética, enquanto “Os Jardins” traz um frescor melódico que alia o rock a uma brasilidade calorosa.
Diógenes Burani, percussionista, adiciona camadas ricas e texturizadas à composição do grupo, evidenciando a sinergia alcançada no LP. Apesar de sua complexidade, o álbum não se perde em devaneios técnicos.
Em “Moto Perpétuo”, um disco com nove composições de Guilherme Arantes e duas de Cláudio Lucci, cada faixa é um convite à descoberta, uma exploração dos limites do rock da época, mas sempre com um pé fincado na tradição musical brasileira.
Além de Burani (percussão e vocais), Arantes (teclados e vocal) e Lucci (violões, violoncelo, guitarra e vocal), o álbum conta com as participações de Egydio Conde (guitarra solo e vocais) e Gerson Tatini (contra-baixo e vocais). Na equipe de produção consta a participação de Peninha Schmidt.
Pegando a onda retrô, “Moto Perpétuo” merece ser redescoberto em sua forma original, o vinil. A experiência auditiva análoga traz à luz nuances que os formatos digitais não capturam, reverberando a atmosfera autêntica dos anos 70.
Portanto, reserve um tempo, coloque a agulha no disco, e deixe-se levar pela viagem sonora deste álbum impactante. Seus ouvidos vão te agradecer!
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